Como Fazer Bullet Journal em 7 Passos Simples

Um guia para iniciantes na organização de tarefas

Com o avanço da tecnologia e o uso de calendários digitais e lembretes por e-mail, acompanhar a lista de tarefas do dia a dia na era da internet pode se tornar uma tarefa por si só. No entanto, surge uma alternativa: o Bullet Journal. Um sistema de anotações analógicas desenvolvido para ajudar a organizar a rotina e planejar os meses seguintes, utilizando apenas um caderno e a caneta de sua escolha.

Criado pelo designer de produtos digitais Ryder Carroll, o Bullet Journal se tornou uma ferramenta popular para organização e autoconhecimento. O método inspirou uma série de guias (incluindo o best-seller de Carroll, The Bullet Journal Method), cobertura na mídia e milhões de postagens nas redes sociais com a hashtag #bulletjournal.

Diferente dos planejadores tradicionais, que vêm com layouts fixos para o mês ou para os dias da semana, o sistema de Carroll é flexível, permitindo personalizar o caderno de acordo com o estilo de cada pessoa. O Bullet Journal funciona como um calendário, uma lista de tarefas e um espaço livre para registrar pensamentos, metas, ou até mesmo um controle de compras e viagens.

Neste guia, você aprenderá como começar a usar o Bullet Journal em 7 passos simples.

1. Organize seus materiais

O primeiro passo para dominar o básico do Bullet Journal é reunir o que você precisa: um caderno, uma caneta e paciência. Qualquer caderno com páginas em branco ou quadriculadas pode ser utilizado, como um sketchbook, seu caderno de anotações ou até o Bullet Journal da marca alemã Leuchtturm1917, projetado especificamente para essa prática.

Embora os designs artísticos de páginas, com esquemas de cores vibrantes e caligrafia elaborada, chamem a atenção nas redes sociais, Carroll afirma que o método foi desenvolvido para ser uma base flexível que se adapta ao estilo de cada pessoa, seja mais minimalista ou artístico.

2. Aprenda a notação

Como Fazer Bullet Journal em 7 Passos Simples

Antes de começar a escrever, familiarize-se com o conjunto de símbolos usados para organizar as tarefas. Os três símbolos principais de Carroll são:

  • Ponto (•) para tarefas.
  • Círculo (°) para eventos.
  • Traço (—) para notas.

Esses símbolos formam os “logs” (registros), que são os blocos básicos do seu Bullet Journal. Escrever manualmente as tarefas tem um propósito mais profundo. De acordo com a ilustradora e designer Dylan Mierzwinski, praticante do Bullet Journal, escrever à mão ajuda a memorizar as informações de forma mais eficaz, pois o ato de escrever manualmente tem efeitos benéficos na saúde do cérebro.

3. Crie um índice

O índice funciona como um sumário e fica no início do seu caderno. Antes de começar a escrever, numere as páginas (ou escolha um caderno que já tenha as páginas numeradas) e vá atualizando o índice à medida que for preenchendo o caderno. Isso criará um inventário do que foi escrito e de onde encontrá-lo.

4. Crie logs futuros e mensais

Assim como um calendário clássico de ano inteiro, use as páginas após o índice para anotar datas importantes e planos para o ano seguinte. Uma disposição comum, popularizada no livro Dot Journaling — A Practical Guide, de Rachel Wilkerson Miller, divide o ano em duas páginas opostas, com seis meses por página.

Além disso, para ter uma visão geral dos destaques de cada mês, você pode criar um log mensal. Esse log pode ser feito antes ou depois dos logs diários, e ele visualiza o mês em uma disposição de duas páginas: um lado com os dias do mês e os eventos ou tarefas importantes, e o outro com as prioridades mensais.

5. Crie um log diário

Cada dia, anote as tarefas, eventos e notas à medida que surgirem. Você pode usar uma página por dia ou acomodar várias datas em uma só página. Conforme o dia avança, marque as tarefas concluídas para refletir o progresso. Carroll sugere símbolos para isso, como o “X” para tarefas concluídas ou uma seta para tarefas transferidas para o dia seguinte ou para o próximo mês.

Alguns praticantes, como Mierzwinski, também criam um log semanal, proporcionando uma camada extra de organização. No layout de Mierzwinski, por exemplo, os dias da semana aparecem de um lado de uma página dupla, com as tarefas e compromissos correspondentes, enquanto o outro lado é reservado para anotações. Assim, você pode ter uma visão mais clara e organizada das tarefas semanais.

6. Personalize seus registros

Para muitos, o aspecto mais divertido do Bullet Journal é personalizar as páginas. Além dos quatro logs básicos descritos acima, você pode usar o seu caderno para controlar qualquer coisa — uma lista de leitura, uma rotina de exercícios ou o progresso em relação a metas financeiras.

A Kim Alvarez, fundadora do site Tiny Ray of Sunshine, observa que os registros de gratidão e rastreadores de hábitos são dois dos complementos mais comuns que ela vê. Um rastreador de hábitos é uma tabela detalhada (como um livro de contabilidade ou uma planilha desenhada à mão) que ajuda a controlar coisas como refeições, tarefas domésticas e outras metas diárias.

Sobre o que diz respeito à decoração, não existem regras rígidas. Algumas pessoas preferem desenhar e decorar suas páginas, enquanto outras optam por um estilo mais simples. Alvarez se considera alguém que está no meio termo, entre o minimalismo e o estilo mais elaborado.

7. Migre, reflita, repita

Como Fazer Bullet Journal em 7 Passos Simples

O Bullet Journal é um sistema flexível, o que significa que você pode adaptar seu formato à medida que surgem novas necessidades. Mierzwinski, por exemplo, desenvolveu um sistema de dois cadernos: um caderno menor contém sua lista diária de tarefas, enquanto um caderno maior é dedicado ao planejamento de longo prazo e a uma seção chamada “Capture” (Capturar), onde ela registra memórias especiais e pequenos detalhes, como uma receita marcante ou uma música.

Outro benefício importante do Bullet Journal, além de ajudar a se manter organizado no dia a dia, é a possibilidade de refletir sobre o passado. Revisitar um caderno antigo pode ajudar a analisar como você tem gastado seu tempo e avaliar o que realmente importa para você. Esse momento de reflexão é intencional, e está relacionado com o conceito de migração, que faz parte do sistema de Carroll.

A migração é o processo de revisar periodicamente as tarefas não finalizadas e decidir se vale a pena continuar trabalhando nelas, se deve reagendá-las ou até mesmo abandoná-las. Carroll afirma que essas escolhas podem ter um grande impacto ao longo do tempo. Ou seja, a questão não é “como vou terminar isso?”, mas “por que estou trabalhando nisso?”. Pensando desta forma, Carroll diz, “as coisas mudam”.


Conclusão

O Bullet Journal é mais do que uma simples ferramenta de organização — ele é uma prática que incentiva a reflexão, a personalização e o autoconhecimento. Ao adotar essa abordagem, você não só organiza suas tarefas diárias, mas também cria um espaço para entender melhor seu progresso ao longo do tempo.

Este método simples, mas poderoso, oferece liberdade para personalizar de acordo com suas necessidades e objetivos. À medida que você pratica o Bullet Journal, perceberá como ele pode transformar sua produtividade e, ao mesmo tempo, ajudá-lo a refletir sobre suas escolhas e prioridades. Se você busca uma maneira eficaz de organizar sua vida, o Bullet Journal pode ser a solução perfeita.


Este texto foi estruturado para seguir uma linha fluida e facilitar a compreensão dos leitores, com explicações claras e exemplos práticos. Assim, você pode começar a usar o Bullet Journal de maneira simples e eficiente, alcançando seus objetivos com mais organização e foco.


Com informações de AARP.

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